sábado, 16 de maio de 2009

FFT


A primeira vez que ouvi falar em FFT foi num estúdio de gravação dentro de uma rádio AM onde trabalhei como operador de rádio. Eu não pertencia ao núcleo de gravação. Eu trabalhava em outra sala mas sempre ia até o estúdio de gravação para ver como eram feitos os programas gravados e dar boas risadas. Técnicos são bem engraçados. Foi quando um dos técnicos de som afirmou algo que caiu a todos como uma bomba: “Meus amigos, minha vida se resume a antes de descobrir o FFT e depois que descobri o FFT”. Todos concordaram. Pasmado fiquei eu. Sem perder a linha assenti com a cabeça concordando.

Eu ia ter que descobrir o que era aquela merda.

Isso aconteceu no começo dos anos 90. Não havia internet como hoje, não havia Google. Quando alguem precisava saber alguma coisa tinha que ir até a biblioteca ou perguntar a alguém que presumidamente entendia mais do assunto do que voce. Por sorte, como já disse, sou filho de um engenheiro químico e na minha casa havia uma quantidade razoável de livros técnicos disponíveis. Não precisei ir à biblioteca. A maioria dos livros era sobre química, é claro. Livros nunca me assustaram, pelo contrário, desde sempre estive no meio deles e acho-os muito naturais. Não demorou para vir à tona a idéia de procurar FFT naqueles livros. Logo achei, em um livro sobre cálculo diferencial, o tal FFT, era uma questão de honra. E eu nem sabia para que servia o cálculo diferencial.

O balde de água fria não tardou depois de achar FFT naquele índice em ordem alfabética. O livro era em inglês. Por sorte eu tinha uma boa noção de inglês mas não tinha muito vocabulário. Também não tinha muito saco para ler com um dicionário ao lado, hoje tenho. Imagina se eu ia ler um pedaço de um livro, em inglês, sobre matemática avançada, com um dicionário aberto. Lógico que não. Eu tinha uns 18, 19 anos. Confiei no meu parco inglês autodidata e abri a página do tal livro, FFT, stands for Fast Fourier Transform. Ok, parecia que era uma maneira mais fácil de se fazer um DFT. ...

É claro que o livro não dizia nada sobre DFT além de ser a abreviação de Discrete Fourier Transform. Foda-se. Não sabia o que era um DFT mas ia ler sobre o FFT.

Resumidamente, FFT é uma coisa complexa pra caralho. Cálculos algorítimos da puta que o pariu. Não entendi quase porra nenhuma mas uma coisa eu peguei: Tinha a ver com ondas, e não eram as de Surf.

Eu tinha sérias dúvidas quanto aquele técnico que proferiu aquelas palavras. Ele não aparentava saber uma coisa tão complexa como cálculo diferencial. Na verdade ele parecia não saber escovar os próprios dentes.

Uma coisa fazia sentido: FFT serve para medir ou calcular alguma porra nas ondas. Ora, todo mundo sabe que o som é feito de ondas sonoras. Portanto aquele técnico usava o FFT para medir alguma porra no som. Eu só precisava saber o que era.

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